sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Despidas são sempre belas

Queria voltar à inocência.
Não saber que existe
mácula no coração do Homem,
ambição a desenhar a vida,
inveja a envenenar o sangue,
mentira a entortar a boca.
Queria esquecer as verdades,
axiomas ditos absolutos
inculcados pelos média
no aculturado pensamento global,
Ignorar os paraquês da massificação
porque somos gerados
diferentes em forma e intenção.
Acreditar, por um momento,
que me posso encontrar
neste oceano de palavras
que me afrontam os sentidos.
Que a liberdade de ser
vem escrita no ADN
e é preciso procurar
por baixo do vidro,
cumprir o destino do Inverno,
como as árvores solitárias
de ramos entrelaçados
sacrificam as suas vestes,
guardam no frio e no silêncio
a força adormecida da vida
cativando o nosso olhar.
Intensas, na sua autenticidade,
despidas, são sempre belas!

3 comentários:

  1. Gostei do ritmo, da cadência, do sentido... Cada vez melhor, amiga! BJS

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  2. Com que então também poetisa! E de qualidade!
    Agradável surpresa:))
    Beijo

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  3. JUnto-me aos comentários anteriores
    :))

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