sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Olhares

Os olhares são uma brecha
por onde a alma se escapa
e se mostra sem maneiras,
com o calor da paixão,
fria como uma faca,
enevoada de lágrimas,
ou só de si toda inteira.

Olhares de fogo e de mel
profundos, doces, devassos,
que nos desnudam, lascivos;
olhares cansados e baços
do tempo e da amargura;
olhares vestidos de estrelas
que explodem de alegria;
olhares de nostalgia
de um mundo que já morreu.

Olhares!
Uns, de ódio e de raiva
lançam milhares de punhais.
Outros, navegam ternura
em calmos e longínquos lagos.
Uns ardem de desejos,
e outros anseiam beijos.

Os olhares que encontramos
dia a dia na cidade
contam histórias
contam vidas,
lutas ganhas e perdidas,
voos de ave acorrentada,
procura de infinito,
a alma toda num grito
em busca da felicidade!!

4 comentários:

  1. Os olhares "ditos" por quem vê!

    (assim é que é!)

    :))

    ResponderEliminar
  2. Mais um lindo poema que partilhas connosco. BJ grande

    ResponderEliminar
  3. A tua poesia tem um ritmo, uma melodia, que me faz lembrar às vezes o mar, às vezes o vento.
    Encantatória...
    Beijo

    ResponderEliminar