segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Estado de pânico, uma forma de controlo?

Acabo de ler, de Michael Crichton, o “ Estado de Pânico”. O livro, um triller sobre o aquecimento global, poderia ser considerado uma forma de desculpa, uma justificação, para a não assinatura do protocolo de Quioto pelos EUA, uma vez que é bem visível a quantidade de dados científicos apresentada para provar a não existência do fenómeno.
Mas não foi isso que me fez pensar duas vezes no livro. Mas sim, uma passagem de um diálogo que passo a transcrever:
“- Quero chegar ao conceito de controlo social. À necessidade de qualquer estado soberano de exercer controlo sobre o comportamento dos seus concidadãos, de os manter razoavelmente dóceis. De os fazer continuar a guiar pelo lado direito da estrada – ou esquerdo se for o caso. De os fazer pagar impostos. E, claro que sabemos que o controlo social é melhor gerido através do medo."
E, assim, o autor vai explicando que antes da queda do muro de Berlim havia, para ambas as partes, o medo instilado; para os ocidentais o medo da guerra nuclear, do comunismo, o Império do mal; para os do outro lado, o medo de nós.
Este pavor acabado, houve necessidade de arranjar outro e assim nos vemos, actualmente, com a falta de segurança, com as causas ambientais (lixos tóxicos, aquecimento global, extinção de espécies), com o fumo passivo do tabaco, o terrorismo…etc, etc. As causas vão mudando, mas não o pânico provocado.
E vemos como até a forma da notícia se modificou e hoje,quando abrimos a Tv, a rádio, ou um jornal, o que vemos? Crimes, poluição, roubo, acidente, sangue, sangue, pânico.. Notícia é só o que causa pavor. E há tanta coisa positiva de que se podia falar!!!
Tememos sair, temos as casas aferrolhadas, não confiamos em ninguém, temos medo de comer, medo das ondas emitidas pelos telemóveis e pelos electrodomésticos; somos xenófobos em relação à cor, à raça e até aos costumes.
E vemos esse controlo pelo medo na forma como nos tratam os Serviços e o Estado. As Finanças, quando o cidadão se atrasa, logo no dia seguinte ao terminar do prazo começa a contabilizar juros diários(!!!) e, não enviam um aviso para casa, enviam uma ameaça de corte de benefícios a que o cidadão tem direito por lei. Para gerar o medo.
O mesmo se passa com as parabancárias e os bancos.. Nunca o cidadão tem direitos. Apenas deveres. É sempre pressionado, sempre em pânico. Assim, não consegue pensar em mais nada. Trabalha para pagar os juros astronómicos que lhe cobram, sempre com o cutelo na garganta, e ao ter medo de quem o pressiona, torna-se dócil.
Agora pergunto: que tem isto a ver com liberdade e democracia?? Rigorosamente nada. É exactamente o oposto. A servidão!!!

1 comentário:

  1. Há alguns que têm direitos: Os banqueiros e toda a cáfila de servidores de que eles se rodeiam e que também estão nos governos. É bom estar atento e ver que a tua atenção não abandona a área. Bjs

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