quarta-feira, 29 de julho de 2015

A Coligação está exausta


Tanta coisa para dizer neste princípio de tarde. As ferramentas da Coligação para esta pré-campanha que se arrasta, estão exauridas. A ida de Passos Coelho a Chão da Lagoa, agora que Jardim já não está, mas o actual está tão preso pelos tomates como o Jardim, foi um dito por não dito devido às libações. Com Passos a dizer uma coisa e a Marilu, já com os olhos virados para a Europa pela mão de Wolfgang Schäuble, contraria o seu pupilo em todas as vazas. Com este stress de fim de semana, que durante a semana vai de nomear os amigos e apaniguados para os lugares,  Passos está envelhecido, a perder o cabelo, a aura, a força a que o obrigam. E ele nem faz jogging! Pode fazer é umas passas de vez em quando.

Sem qualquer poder na Europa e sempre contradito pelos Presidentes das Instituições, as suas opções de campanha vão caindo como folhas de Outono. E ainda o FMI, que ele foi tão certinho, vem dizer que o desemprego está ao nível de 2003 e serão precisos 20 anos para recuperar, claro, sem empresas, que a exportação varia ao sabor dos derivados do petróleo.

Um homem não é imenso e, se o Partido o stressa pela mão de Marco António que o obrigou a esta situação e parece desaparecido após se ter descoberto a riqueza ganha sabe Deus de onde, com a Europa a desdize-lo, com o chumbo do Constitucional sobre as riquezas ilícitas, que eram o último baluarte de condenação do seu inimigo Sócrates de quem, pelos vistos nada consta a não ser “ ter cabritos sem cabras” no dizer de um augusto Juiz, mas que o Cavaco mandou para o TC porque lhe entrava no seu quintal, nada resta ao Sr PM que a sua voz de barítono a martelar numa tecla que ninguém já acredita. Há quem diga que já só luta pelos militantes de cartão PSD. Até esses eu tenho dúvidas, muito embora sejam pessoas de Fé, de crença, incapazes de votar noutro lado, porque votar à esquerda podem levar-lhes os proventos e as crianças para os pobres. Que se lixe o País!

A juntar a isso as listas com o seu parceiro submerso em lugares de menos valias ( ministros do governo em segundos e terceiros lugares), que se vão libertando da política em informações particulares, mesmo mascarando tudo a Coligação só colhe nos média que, aprisionados, fazem um hara-quíri de si próprios. Para ver depois das legislativas a troca de lugares.

O PS deixa-se estar calado. Também não tem capacidade mediática para dizer nada. Com Passos a toda a hora e uns spots de Costa, para além do minar dos seguristas dentro do Partido.

Um Verão morno até à campanha propriamente dita. Lá chegremos. Eu também gosto de resoluções rápidas, mas em política o tempo é importante. E os faits divers também.

 

Helena Guimarães

quarta-feira, 15 de julho de 2015


DIGNIDADE

 

Um homem vale pelo que faz e não pelo que diz Há sempre um momento em que as suas acções contradizem as palavras e aí está a verdade. Quando está eufórico não mede o passo e atravessa a linha vermelha.

Aconteceu com Schäuble este fim de semana com o documento do Exit temporário da Grécia e o reverter de todas as riquezas gregas como aval do resgate, para o Fundo de que é Presidente, e aconteceu com Passos na sua entrevista, um striptease do caracter e das ideias que o têm norteado.

Não vou entrar na fábula de Passos quando fala para dentro do partido porque não me esqueço que, numa situação em que já havia um acordo de Bruxelas em considerar Portugal junto com a Espanha capazes de um financiamento sem troika, Passos soçobrou a um ultimato

de  Marco António “ ou iço ( referia-se a chumbar o  PEC IV já negociado) ou eleições internas” onde perdia o lugar. Um homem que por um lugar partidário entrega um País não me parece digno.

 Vou mesmo pela sua actuação na Europa. Vem, com arreganhos de participativo num acordo de humilhação de um País, dizer que fez parte activa? Mais valia estar calado. Do pelotão de fuzilamento ninguém quer fazer parte. Por dizer que a bala devia estar aqui ou acolá? Paga-se durante décadas e gerações tal atitude.

Na entrevista de Passos uma pequena coisa me deu a noção da sua insignificância e da sua indiferença para o País e para os suas gentes.  Passos, como PM, considerou que quem tinha sido desempregado, tinha sido “porque não tinham sido capazes de manter o seu emprego, porque tinham problemas com as empresas”. Uma enormidade. Podia perdoar-lhe tudo, até a azia de o ver ao jantar todos os dias, mas não isso.

Um PM não fala assim para a quantidade de gente que sofreu as suas políticas  de “encolhimento” da empregabilidade, o saneamento das empresas públicas, a substituição de empresas médias pelas micro-empresas que funcionam com um ou dois empregados, que foram a capacidade máxima dos desempregados substirem sem fome, foi a sociedade a reagir a uma política sem norte. Devia saber. Não desculpo. Nem desculpa a sociedade do País que o elegeu encantado em mentiras.

Isto é uma afronta social aos desempregados, á sociedade que reagiu na sua defesa pessoal e, que tem de saber que não são todos que têm capacidade para isso.É uma afronta pessoal às gentes do País.

É o dizer a todo o País que está ali para defender quem tem dinheiro, quem tem mais valias ( que têm ganho balúrdios em ganhos lícitos e ilícitos), que está aí para uma construção submissa à Alemanha, mas não está aí pelos mais fracos, pelos cidadão do seu País. Por Portugal.  Não está. Ponto. Está preso no cartão e na Fé de umas mentiras que já não define.

Tudo o que diga a partir daqui é uma falácia, uma fábula para entreter meninos.

 

Helena guimarães