a utopia morreu.
De pouco valeu a tua força,
aquela que cantavas à guitarra
que nos enchia a alma,
despertava a essência
de sermos gente
em luta pela marca
da portugalidade.
e pela Liberdade!
Zeca,
a utopia morreu.
Vestiram-na de globalização
de Europa, de aculturação.
Hoje, o povo orgulhoso
que conquistou os mares,
conta os tostões que lhe consentem,
guerreia-se na inveja milenária,
e pensa que governa.
Encharcado de pareceres doutos
governa a soldo de senhores outros
que de joelhos o obrigam
a não ter alma, nem brio, nem nacionalidade.
Zeca,
a utopia morreu.
Sobreviveu-lhe o Euro, a estatística,
as perspectivas económicas,
os nossos irmãos rebentados de trabalho
o ordenado que não chega para os bancos,
os filhos criados sem pais,
a mendicidade, a tristeza, a depressão,
os lares sem pão,
e a Europa, essa Europa polvo
a comer os seus filhos
numa hegemonia germânica
que não venceu pelas armas
e amarfanhou pelo soldo.
Zeca,
a utopia morreu.
Já não temos país,
somos província
de uma Europa subjugada.
Somos menos do que nada.
Compraram-nos a alma
tiraram-nos a vontade,
esconderam-nos a verdade,
enganaram-nos com a opulência
treinaram-nos os filhos na obediência
apoiaram a mediocridade
E gravaram-nos na testa um epitáfio:
“Aqui jaz um homem que vendeu a sua liberdade”
Há 1 mês
Olá Helena,
ResponderEliminarGostei do aspecto gráfico do blog.
Quanto aos poemas... tu sabes bem o que penso deles. Esta alusão ao Zeca comove e é muito bela.
Vou visitando esta tua casinha.
Um abraço,
José Gomes