quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mimosas

Ouro descendo em manto pelas serras,
ladeando caminhos e veredas,
frescura de tardia Primavera.
Maio.
Maio florido do meu País,
das conquistas, do trabalho,
Maio da Mãe da terra e do céu,
das maias e tojos em flor.
Meu País, vestido de ouro,
de joelhos.
Uma vez mais de mão estendida,
cabeça inclinada de vencido,
por nunca ter entendido
que o caminho se faz plano.
Todos são precisos. É um engano
ser cada um melhor que o vizinho.
A cobiça, aquele toque nacional,
armadilha é, vício daninho.
Dos nossos dizemos mal.
Se não são vesgos, são coxos,
são despóticos ou frouxos.
São indignos de mandar!
Mas àqueles que nos pisam,
que vêm doutras paragens,
cobertos de vãs roupagens,
recebemos com abraços
sorrindo como devassos.
E vendemos por dois reais
a alma, a vida e os quintais.
Meu País de Maio e rosas
vestido de ouro das mimosas,
perdido e ajoelhado,
emprenha teu solo de semente,
reconquista o mar que te pertence,
comunga os teus prados, o teu sangue,
e não voltarás a ser mandado!

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