A FOTOGRAFIA
Aquela fotografia a sépia
que guardo no álbum de família
mostra-te na tua juventude
quando o nosso amor floriu
e percorreu um trilho de inocência
se abrasou em noites de luar
e permaneceu no infinito da memória.
Vestias de branco ,
com a barba escura a emoldurar-te o rosto,
os olhos baixos, numa expressão calma
tão longe da paixão que explodia do teu corpo.
As entradas largas do cabelo mostram uma testa larga
de uma inteligência que nunca te preocupaste em utilizar.
A vida para ti era o infinito!
O teu abraço uma eternidade de ternura.
Perdemo-nos na contenda dos tempos,
desperdiçamos os caminhos
que nunca voltamos a encontrar.
A felicidade que negamos nos preconceitos.
O tempo que partilhamos na ausência
que ficaram na memória dos dias.
A presença etérea
que corporiza a saudade
do que poderia ser.
Há 1 mês
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