Vejo passar o funeral.
O segundo carro levava duas bandeiras na frente
a marcar a sua diferença social,
mas somente quatro carros o seguiam.
Pergunto-me o que será morrer em Agosto
quando toda a gente está de férias.
É um morrer sozinho
quase anónimo,
sem os amigos que levamos tanto tempo a
conquistar,
sem a família que está longe.
Um morrer contra a maré,
a causar constrangimento.
Uma negação da vida e do social
de que somos tão avaros.
Que lutas travamos por um lugar!
Será que o extinto está ali, ou algures
deitado na praia,
ou a beber um drink na esplanada
ao pé dos seus na negação da morte.
Não gostava de morrer em Agosto!
É a suprema solidão!
Há 1 mês
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