MIMOSAS
Ouro
descendo em manto pelas serras,
ladeando
caminhos e veredas,
frescura de tardia Primavera.
Maio.
Maio florido
do meu País,
das
conquistas, do trabalho,
Maio da Mãe da terra e do céu,
das maias e
tojos em flor.
Meu País,
vestido de ouro,
de joelhos.
Uma vez mais
de mão estendida,
cabeça
inclinada de vencido,
por nunca
ter entendido
que o
caminho se faz plano.
Todos são
precisos. É um engano
ser cada um
melhor que o vizinho.
A cobiça,
aquele toque nacional,
armadilha é,
vício daninho.
Dos nossos
dizemos mal.
Se não são
vesgos, são coxos,
são
despóticos ou frouxos.
São indignos
de mandar!
Mas àqueles
que nos pisam,
que vêm
doutras paragens,
cobertos de
vãs roupagens,
recebemos
com abraços
sorrindo
como devassos.
E vendemos por dois reais
a alma, a
vida e os quintais.
Meu País de
Maio e rosas
vestido de
ouro das mimosas,
perdido e
ajoelhado,
emprenha teu solo de semente,
reconquista
o mar que te pertence,
comunga os
teus prados, o teu sangue,
e não
voltarás a ser mandado!
Helena
Guimarães